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  A CRISE INEVITÁVEL  
 

Quinta-feira, 7 de março de 2002.

O PFL vai desembarcar do governo FHC, vai deixar de votar com o governo, o que acabará com a sustentação parlamentar do mesmo, repercutirá nos mercados e trará o aumento dos juros, a queda das bolsas a alta do dólar e tudo o mais que parecia estar sob controle. Tudo por vingança contra o tucano José Serra que está por traz da explosão do aparelho de Jorge Murad, marido de Roseana, sua adversária.

Será mesmo ?

O PFL não é aquele partido que, dizem alguns, é governo desde Pero Vaz de Caminha ? Não é aquele partido que apoiou o regime militar durante 21 anos, apoiou Sarney que era inimigo de Collor, apoiou Collor até o penúltimo minuto, apoiou Itamar, apoia FHC e vai apoiar até o Lula se o PT virar governo ? Não é o partido da governabilidade ? Como acreditar que vire oposição só por solidariedade a uma candidata que nem é unanimidade no partido e cujo pai, o velho cacique José Sarney, nem pertence à legenda ?

Para entender essa questão é preciso repassar a forma com que se faz política desde sempre no Brasil. Em primeiro lugar nunca houve oposição de verdade nesta terra onde se plantando tudo dá. Quer dizer, oposição há sim, são aqueles que ficam fora das benesses do poder. Só existem dois partidos no Brasil, os de lá e os de cá, sendo que alguns que pertencem ao primeiro grupo passam para o segundo e vice-versa e versa-vice ao sabor de conveniências e conchavos de ocasião onde as legendas partidárias cumprem papel apenas figurativo de instrumentos momentâneos a serem utilizados. O PFL sempre fez parte dos de cá. O PT sempre dos de lá. Talvez sejam, porisso mesmo, os dois partidos que o eleitor mais identifique como situação e oposição no país. Como o PT tenta ser ideológico (a despeito de suas últimas dúvidas existenciais com o PL), deixemo-lo de lado por um instante.

O PFL significa a alma brasileira em sua totalidade gostemos nós ou não. Apóia qualquer um que esteja no poder desde que lhe permitam operar seus negócios como sempre fez. Não cria casos sérios, ao contrário, só cria soluções. Não há um governador que não procure o PFL para conversar logo depois de eleito. Assim também ocorre com os presidentes e, qualquer que seja o eleito vai precisar do PFL a partir de janeiro do ano que vem, e o PFL estará lá como sempre para oferecer seu apoio. É isso que o episódio do estouro do aparelho de Jorge Murad em São Luís ameaça: O jeito PFL de operar e fazer política.

É quase certo que Serra não tenha nada a ver com a operação, mas não faz mal, o PFL morre de medo dele, porque acha que Serra no governo vai fazer exatamente isso; acabar com o jeito PFL de operar. O PFL teme também Roseana, pois corre no Maranhão que ela não tem a menor idéia do que o marido faz e que é até bom que não tenha para não se horrorizar, mas com Roseana tinham pelo menos a esperança que o balcão de Murad voltaria a funcionar como nos tempos do pai dela no Planalto.

A crise vai evoluir com Serra forçando a barra para a ruptura pois ele aposta todas as suas fichas numa aliança com o PMDB e quer ver o PFL à distância. O PFL por falta de opções vai ter que se segurar com Roseana até onde der, mas e se não der ? E se o avanço das investigações resultar num quadro inviável para a maranhense ?

FHC será o maior perdedor pois verá o acirramento político da campanha sucessória levar seu governo a um final bem diferente do que imaginava. Mas se Roseana se inviabilizar que fará o PFL ? Apoiará Serra a reboque dos acontecimentos ? Se associará a outro candidato como Garotinho ? Ciro ? Respostas só com os próprios candidatos, mas para encontrá-la terão que perguntar a si próprios: -Dá para ganhar a eleição sem o PFL ? E qualquer que venha a ser a resposta se acalmem todos, analistas e mercado, o PFL estará lá em janeiro, firme e decidido, oferecendo seu apoio e sua ajuda à governabilidade.


 
 
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